domingo, 25 de outubro de 2009

Desastres Nucleares

Em 1987, ocorreu o maior desastre radioativo do Brasil.

       Em 13 de setembro de 1987, uma cápsula de césio abandonada no Instituto Goiano de Radioterapia foi recolhida por dois catadores. 
A peça foi rompida a marretadas e vendida a um ferro-velho. Atraídos pelo brilho azul do material, moradores de Goiânia levaram pedaços da peça para casa. 
O desmantelamento por catadores de papel de parte de um aparelho de radioterapia contendo uma cápsula de césio 137 dava início em Goiânia ao maior desastre radiológico do Brasil.               A radiação provocou a morte de quatro pessoas e outras 16 tiveram lesões corporais. Toda a cidade foi atingida pela dor, o medo e a discriminação. 

Conseqüências

A cápsula do césio possuía 3 cm de comprimento e 90 gramas de massa. Os envolvidos no acidente, por ignorarem a periculosidade do conteúdo, distribuíram suas partes e porções do pó radioativo entre várias pessoas e locais da cidade, abrangendo área superior a 2.000 m2, em Goiânia. A descontaminação produziu aproximadamente dez toneladas de lixo. Foram roupas, móveis, animais, árvores, restos de solo, paredes de casas e partes da pavimentação de ruas contaminados que estão enterrados e protegidos por paredes de 40 cm de espessura.
Seis mil toneladas de lixo radioativo estão no depósito de Abadia de Goiás.


     

CHERNOBYL 26 de Abril de 1986 - A explosão do reactor 4 da central nuclear de Chernobyl provocou o maior acidente nuclear ocorrido até hoje. A nuvem radioativa contaminou gravemente grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia e Rússia, atingindo a Europa do Leste, Escandinávia, Grã-Bretanha e até os Estados Unidos. Cerca de 200 mil pessoas foram realojadas. É até hoje difícil tirar conclusões exactas sobre o número de vítimas causadas pelo acidente. Um relatório da ONU de 2005 fala em 56 mortes directas e cerca de 9 mil mortes causadas por doenças provocadas pela radiação. Mas um relatório da OMS de 1998 contava 212 mortes apenas entre os "liquidadores", as cerca de 600 mil pessoas que trabalharam na limpeza da área. Um relatório de 2006 dos Médicos Internacionais para a Prevenção da Guerra Nuclear aponta para a morte de dezenas de milhares entre os "liquidadores".

 

      THREE MILE ISLAND 28 de Março de 1979 - o núcleo de um dos reactores da central nuclear de Three Mile Island, no estado da Pensilvânia, EUA, sofre uma fusão parcial devido a uma combinação de falhas técnicas e humanas. Uma grande bolha de hidrogénio formou-se no núcleo do reactor; caso explodisse, toda a central seria destruída e grandes quantidades de materiais radioactivos seriam libertadas para o meio ambiente. No dia 1 de Abril, o presidente Carter visitou a central e declarou que o acidente estava sob controlo, mas só em 3 de Abril foi possível desfazer a bolha e começar o resfriamento do reactor. Todas as mulheres grávidas e crianças com idade pré-escolar foram evacuadas da região em 30 de Março. A restante população recebeu instruções para permanecer em casa. No dia 1º de Novembro de 1979, uma comissão nomeada pelo presidente chegou à conclusão de que o acidente fora causado por falha humana. A princípio, a direcção da central pretendia reparar o reactor danificado. Mas os técnicos constataram que os danos eram maiores do que se suspeitava. Setenta por cento do núcleo do reactor fora destruído pelo calor. A limpeza da área durou até 1993. 



       MAYAK 29 de Setembro de 1957 - Ocorre o segundo maior acidente nuclear da história da ex-União Soviética na central nuclear de Mayak, província de Chelyabinsk, sul dos Urais. Uma falha no sistema de arrefecimento de um tanque que armazenava milhares de toneladas de lixo nuclear provocou uma explosão (não-nuclear) de força correspondente a 75 toneladas de TNT. A nuvem de radiação libertada atingiu cerca de 470 mil pessoas, provocando pelo menos 200 mortes imediatamente e muitas mais por doenças provocadas pela radiação, que persistem até aos dias de hoje (ver http://archive.greenpeace. org/mayak/). O acidente foi mantido em segredo durante décadas, e a Rússia só o reconheceu oficialmente em 1992. Ficou também comprovado que a CIA teve conhecimento do acidente, mas decidiu não divulgá-lo para que as populações residentes em torno de centrais nucleares americanas não entrassem em pânico. 
Vídeo da Greenpeace

       

        WINDSCALE 10 de Outubro de 1957 - Um incêndio na central nuclear de Windscale, Grã-Bretanha, provocou uma nuvem de radiação que afectou uma área de cerca de 500 quilómetros quadrados. Devido a sérios erros de concepção da central, o incêndio no reactor só foi detectado quando medições do ar em volta acusaram níveis de radiação dez vezes superiores ao normal. Os técnicos ainda demoraram mais um dia a dominar o incêndio. Durante cerca de um mês, toda a produção de leite na área atingida pela radiação foi destruída. O primeiro-ministro Macmillan ordenou sigilo sobre o acidente, e só 25 anos depois as autoridades britânicas publicaram um relatório em que apontavam para a ocorrência de 32 mortes e pelo menos 260 casos de cancro como consequência da radiação. Especialistas independentes afirmam que o número de mortes pode ter atingido as mil.




 

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